A Covid-19 tem mudado a vida das pessoas totalmente. Estamos em uma luta diária para conter a propagação do vírus, alterando toda a estrutura da rotina como conhecíamos antes. Visto isso, com o auxilio de um estudo feito pela McKinsey & Company, vamos conversar um pouco sobre as diversas mudanças no comportamento do consumidor e tentar entender como elas irão refletir em nossa vida no futuro.
Digital onipresente
A crise da COVID-19 acelerou o processo de digitalização do Brasil. O consumidor brasileiro começou a realizar online atividades que não imaginava antes da crise.

Consumo repensado
40% dos consumidores no Brasil estão fazendo mais compras online durante a Covid-19 mesmo com o corte de gastos. Além disso, 35% disseram que pretendem diminuir idas a lojas físicas no período pós Covid.

Potenciais implicações
Go-to-market digital acelerado (e-commerce, plataformas, moni, D2C para indústria).
Rede de lojas físicas repensada.
Aceleração do investimento em mídia digital, em especial a mídia de resposta direta/performance.
Aumento da captação de dados dos consumidores de forma direta ou em parceria (construção de CDP).
Não basta estar online, a experiência (UX) deve ser continuamente melhorada.
Novas oportunidades de negócios – “plataformização”/ecossistemas de oferta de serviços.
Aumento da (in)fidelidade
No Brasil, cerca de 25% dos consumidores estão frequentando novas lojas. Além disso, entre 30% e 40% estão comprando novas marcas. Na pesquisa foi constatado também que cerca de 20% dos consumidores não planejam voltar a consumir as marcas anteriores pós crise.
Potenciais implicações
Foco em consumidores leais.
Assegurar disponibilidade de produtos em canais chave.
Explorar conexões afetivas entre marcas e consumidores.
Consumo seguro
O que estamos vendo
A limpeza da loja e dos funcionários é considerado mais importante por parte dos consumidores do que preços competitivos para a escolha do super/hipermercado. Além disso, a redução de aglomerações e manutenção de políticas de distanciamento social serão mais importantes que localização próxima da residência/trabalho na escolha de bares e restaurantes.
Preocupação com a saúde e contaminação deve continuar top of mind para consumidores.
Máscaras serão parte do “new normal” e devem afetar uso de algumas categorias (ex. maquiagem).
Potenciais implicações
Repensar layout e rotinas em lojas para passar maior sensação de segurança a consumidores.
Redefinir experiências em loja, pensando em experimentação e relacionamento “sem toque”.
Para venda direta, repensar modelo à luz da digitalização de consumidores, segurança de saúde e preservação do relacionamento.
Rotinas de venda remotas, aceleração do B2B digital.
Saúde e qualidade de vida
O que estamos vendo
Pesquisas mostram que as pessoas estão consumindo mais produtos frescos/ não industrializados durante a crise comparativamente a antes. Também houve um aumento no número de pessoas que buscam fazer alguma atividade física dentro de casa.
Potenciais implicações
Pensar em como atender essa aspiração por parte de consumidores através de novas ofertas de produtos/serviços, expandindo o portfólio cirurgicamente para atender às novas demandas.
O novo papel da casa
O que estamos vendo
Casa como centro da vida das pessoas por um bom tempo:
- Família e descanso
- Entretenimento
- Socialização
- Cuidados pessoais
- Exercício físico
- Trabalho
Com isso, o consumo fora de casa (OOH) deve cair mesmo depois da quarentena relaxada.
Potenciais implicações
Explorar novas ocasiões de consumo como o DIY (faça você mesmo) de cuidados pessoais, cozinhar em casa (para si e para família) e opções de relaxamento.
Repensar estratégia de canais para compensar a queda do consumo fora de casa, rebalanceando investimentos e explorando novos canais.
Arquitetura e layout da casa passa incorporar o espaço de trabalho (com o home office).
Conexão de Internet se torna mais importante do que antes.
Casualização e Indulgência
O que estamos vendo
Durante a quarentena, pessoas se acostumaram a usar roupas confortáveis e viram barreiras entre trabalho e casa rompidas. Por outro lado, indulgência e cuidado pessoal ganhou importância.
Potenciais implicações
Adaptar sortimento para atender às novas necessidades (para vestuário).
Algumas categorias devem sofrer mais que as outras e precisarão se conectar ao novo estilo de consumo:
- Make up: oportunidade para produtos “above the mask”
- Serviços de beleza: surgimento de DIY beauty care (coloração de cabelo, cuidado das unhas, depilação, etc) estimulado pelo fechamento dos salões.
- Elevação do self pampering: tratamento do corpo, rosto e cabelos, perfumadores de ambiente, velas, etc.

Sustentabilidade redefinida
O que estamos vendo
As pessoas estão buscando marcas que desempenham um papel adicional ao negócio perante a sociedade. Os consumidores acham mais importante do que antes limitar impactos de mudanças climáticas, fazendo mudanças em seu estilo de vida para reduzir o impacto no meio ambiente, e optando por marcas que também prezam por isso.
Potenciais implicações
Repensar como sustentabilidade deve ser incorporada à proposta de valor de marcas e negócios.
Marcas mais contundentes dos seus propósitos, gerar ação e tomar partido.
Demonstrar e reforçar conexão afetiva e direta com os consumidores.
Desvalorização da metrópole
O que estamos vendo
Oportunidade de trabalhar de casa deve tornar-se concreta mesmo em contexto pós-quarentena. Existe uma preocupação mais elevada com transmissão do vírus em áreas de maior densidade urbana (metrópoles), além da possibilidade de custo de vida menor fora dos grandes centros urbanos
Potenciais implicações
Repensar footprint geográfico das redes físicas de cadeias de varejo, de esforços de marketing e de esforços de vendas para atender as necessidades do interior.
Considerações finais
Mudanças de comportamento serão substanciais e parte delas devem permanecer pós Covid. Agir agora: as empresas resilientes (receita e custo) criarão vantagens duradouras, sendo que Digital & Analytics vão encabeçar as transformações.
Mais do que antes, marcas devem ter clareza de suas promessas e propostas de valor (e agir de acordo com elas).
Referência: McKinsey & Company